• Pedagogia do Sucesso Vol. 2

Pedagogia do Sucesso Vol. 2

  • Editora: AMPLA
  • Autor: HAASE
  • Produto disponível


  • R$130,00


Especificação
Título PEDAGOGIA DO SUCESSO VOL. 2
Organizadores(as) Vitor Geraldi Haase/ Henrique Augusto Torres Simplício/ Katia Simone Benedetti
ISBN 9786584793101
Código de Barras 9786584793101
Edição / Ano 01/2022
Número de Páginas 208
Dimensões 24X17X2
Capa BROCHURA
Descrição

APRESENTAÇÃO | VOLUME 2

Os organizadores e autores da coleção "Pedagogia do Sucesso" com múltiplas perspectivas para analisar o complexo fenômeno da são oriundos de diversas áreas do conhecimento, contribuindo aprendizagem escolar. O denominador comum é a Ciência Cognitiva da Aprendizagem. A "Pedagogia do Sucesso" é precedida por duas obras problematizadoras do processo de ensino-aprendizagem, a "Pedagogia do Fracasso" (Simplício & Haase, 2020) e "A falácia socioconstrutivista" (Benedetti, 2020). A intenção subjacente à "Pedagogia do sucesso" é construtiva. Os autores procuram responder à pergunta sobre como a Ciência Cognitiva da Aprendizagem pode, eventualmente, contribuir para uma melhoria da Educação no Brasil, a partir de uma perspectiva informada por evidências. Além da Ciência Cognitiva da Aprendizagem, os autores procuram se orientar em função de um modelo integrativo de níveis aninhados que potencialmente influenciam a aprendizagem escolar (Haase et al., 2020). Os níveis considerados são as influências das diferenças individuais, da família, do professor, da escola, do sistema educacional e da cultura em sentido mais amplo. No Volume I foram abordados aspectos relacionados aos níveis mais próximos à ecologia do indivíduo, enfatizando os aspectos desenvolvimentais. No Volume II são abordados temas mais distais, envolvendo o próprio conceito de educação, o sistema educacional e a politização da educação. Cada um desses temas é polêmico por si só. A começar pelo conceito de Educação (ver Haase & Benedetti, 2021). As principais escolas de pensamento em Pedagogia se dividem quanto ao papel da transmissão do conhecimento, da instrução e da autoridade no processo de ensino-aprendizagem. As evidências oriundas da Ciência Cognitiva da Aprendizagem sugerem um papel crucial desempenhado pelo conhecimento (Willingham, 2011). Em primeiro lugar, o conhecimento desempenha o importante papel de reduzir a sobrecarga de memória de trabalho inerente ao complexo processo de aprender os conteúdos escolares, favorecendo a aprendizagem de mais conhecimento (Sweller et al., 2011). Em segundo lugar, o tipo de abordagem instrucional adotado depende do conteúdo a ser ensinado e das características individuais do aprendiz (Geary, 2007; Tomasello, 2019). Em terceiro lugar, uma relação significativa porém hierárquica entre o professor e o aluno é fundamental para o êxito na aprendizagem escolar (Furedi, 2009; Arendt, 1961). Por sua vez, a autoridade do professor se fundamenta no conhecimento, fechando um ciclo. A Educação é concebida como um processo e uma instituição social complexos, cuja missão é preservar e transmitir o legado cultural entre as gerações sucessivas, apontando os caminhos possíveis, sem constranger os mais jovens (Arendt, 1961). A Pedagogia é um universal cultural, constituindo uma estratégia adaptativa evolutivamente estável (Strauss & Ziv, 2012). A interação entre o professor e o aluno é um processo social complexo. Por um lado, depende de o professor dispor de e valorizar uma tradição cultural, almejando transferi-la para seus pupilos (Csibra & Gergely, 2009). Por outro lado, os aprendizes precisam reconhecer a natureza intencional e referencial do comportamento de ensinar. Na parte do sistema educacional, buscamos avaliar qual o efeito da estrutura da educação vigente, bem como suas alternativas (ver, nesse volume, Camargo, 2021; Schotgues, 2021), nos aspectos que incidem sobre a aprendizagem e o ensino. Nessa etapa, avaliamos como a estrutura do ensino organizado pelo poder público (que também fiscaliza no país a iniciativa privada) possui limitações desde os resultados que entregam (ver, nesse volume, Schotgues et al., 2021), medidos pelo baixo desempenho escolar, até limitações inerentes aos instrumentos de avaliação responsáveis por fiscalizar e dar à sociedade um retorno (Karino et al., 2014). Esses resultados frequentemente criam uma rede de variáveis que limitam o aprendizado e promovem um baixo engajamento. Não raramente, professores, funcionários, diretores e membros da comunidade escolar encontram-se perdidos para lidar, por exemplo, durante o período do expediente, com alunos com necessidades especiais (ver, nesse volume, Freitas et al., 2021). Nesse cenário, seria possível garantir a inclusão e uma aprendizagem de qualidade? Em um ambiente, onde a ascensão social dos alunos ainda depende da iniciativa pública, é preciso examinar em que medida as próprias políticas públicas gerenciadas por esse grande sistema educacional podem não ser também corresponsáveis pelo insucesso educacional dos estudantes. Em um sistema onde o poder público possui uma grande participação na vida dos estudantes, assumindo para si a responsabilidade nos aspectos que envolvem uma educação de qualidade, é necessário descrever e avaliar com cuidado em que medida esse próprio sistema não estaria atrelado ao resultado que ele se propõe garantir. A problematização realizada do sistema educacional reflete a frustração dos autores com um modelo amplamente adotado de escolarização obrigatória fornecida pelo estado e a busca de alternativas possíveis (Camargo, 2017a,b; Rothbard, 1999; Sowell, 2020; Tooley, 2009). A busca de alternativas passa por uma fase de brain storming, ou seja, de produção criativa. Nem todas as sugestões revelar-se-ão eficazes. Mas elas nunca foram tentadas. Entretanto, outras receitas têm sido repetidamente tentadas, conduzindo ao fracasso, sem que seus pressupostos sejam sequer questionados. No campo da política, buscamos analisar alguns conceitos proporcionados por grandes modelos teóricos capazes de orientar a educação de forma inespecífica e pouco acurada. Para tanto, analisamos a ideia de hierarquia (Simplício & Haase, 2021), conhecimento crítico (Simplício & Haase, 2021), ativismo político na universidade (Benedetti & Haase, 2021), além de avaliar certas limitações da teoria de Paulo Freire (Simplício & Haase, 2021). Nessa etapa, observamos como a compreensão sobre hierarquia, autoridade, ou de grandes proposições, envolvendo o campo da política no ensino, se ancoraram em premissas pouco fundamentadas, que não só prejudicaram o papel instrucional - de modo a desvalorizar a autoridade do professor - como frearam um dos aspectos que mais incidem sobre a melhoria do desempenho escolar de acordo com as evidências largamente revisadas (Hattie, 2009). A problematização do ativismo político e da redução da Educação à práxis reflete o descontamento dos autores com o dogmatismo e a restrição da liberdade de pensamento que caracteriza o sistema educacional contemporâneo, do jardim da infância à universidade (Pluckrose & Lindsay, 2020). Contudo, o Volume II da "Pedagogia do sucesso" procura ir além da mera problematização dos aspectos conceituais, institucionais e políticos, procurando alternativas ao status quo, alternativas essas que são inspiradas pela Ciência Cognitiva da Aprendizagem. Os autores acreditam que a saída para a crise educacional, que se arrasta desde os Anos 1950 (Arendt, 1961), passa pelo teste empírico de alternativas. Eventualmente, algumas alternativas serão testadas e rejeitadas. Mas outras serão mantidas. O importante é buscar alternativas às "soluções" como a sangria da Medicina Antiga, que contribuíam mais para piorar do que para melhorar o estado de saúde do paciente. A busca por evidências que informem a prática educacional não é uma panaceia. A Pedagogia se revesse de uma dimensão artística também. As evidências não são suficientes. Mas sem evidências não há como adjudicar entre alternativas. E nossa convicção que a Educação pode se beneficiar desse conhecimento. A "Pedagogia do Sucesso" pretende contribuir para essa finalidade, no âmbito das nossas limitações e vieses, para os quais os leitores terão a bondade de nos chamar atenção.

Sumário

1. O conceito de educação, a ascensão do romantismo e o que fazer agora | 15

2. Qual a importância dos indicadores nacionais de educação? Uma análise exploratória do saeb | 47

3. A regulamentação da educação domiciliar pode representar boas perspectivas educacionais para o brasil? | 61

4. O fenômeno das escolas privadas para pobres: qual o papel da iniciativa privada em uma educação para todos? | 91

5. O ensino público brasileiro é inclusivo com as crianças com dificuldade de aprendizagem? | 127

6. O voo de galinha do espírito crítico na educação | 139

7. A Pedagogia contra a transmissão de conhecimentos: uma crítica à teoria de Paulo Freire | 145

8.Qual o papel das hierarquias no desenvolvimento? Um ensaio sobre o pós-modernismo, autoridade e educação | 163

9. Ativismo político na educação: um caminho que leva do nada a lugar algum | 177

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