Modelo lúdico: o brincar, a criança com deficiência física e a terapia ocupacional

O Modelo Lúdico se estrutura na filosofia da atuação do terapeuta ocupacional, que foca a ocupação humana e busca envolver atividades realizadas no cotidiano que apresentam propósitos e significados na vida das pessoas. Nesse sentido, Francine Ferland apresentou aos terapeutas ocupacionais instrumentos de avaliação e um modelo de intervenção para a atuação com crianças para o desenvolvimento e o aprimoramento da atividade de brincar. Considerando toda a filosofia e os bons resultados clínicos atingidos pelo Modelo Lúdico no Canadá e em países da Europa, surgiu-nos o interesse em poder aplicá-lo a crianças brasileiras, e foi com esse objetivo que desenvolvemos nossas pesquisas em pós-graduação. O primeiro passo para a concretização dessas pesquisas foi, evidentemente, providenciar a tradução da referida edição da obra para o português do Brasil para, então, procedermos à sua validação e adaptação transcultural. Os estudos foram realizados para o Mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento na Universidade Presbiteriana Mackenzie, sob a orientação da Professora Silvana Maria Blascovi-Assis, e resultaram, em 2008, na publicação de artigo científico apresentando os procedimentos e os resultados iniciais que envolveram as pesquisas para a adaptação transcultural dos protocolos de avaliação do referido Modelo. Os estudos prosseguiram na Associação de Assistência à Criança Deficiente – AACD de São Paulo, no Setor de Terapia Ocupacional Infantil, sob a orientação das Professoras Luzia Iara Pfeifer e Solange Tedesco, e resultaram, em 2015, na publicação de e-book para acesso livre intitulado Instrumentos de avaliação do modelo lúdico para crianças com deficiência física. Continuando as pesquisas no Doutorado, a partir do uso da Entrevista Inicial com os Pais – EIP com pais de crianças em Educação Infantil, foram publicados alguns estudos sobre o tema, sob a orientação do Professor Eduardo Manzini e com participação ativa da Professora Luzia Iara Pfeifer, no sentido de refinar os procedimentos de aplicação dos instrumentos de avaliação do Modelo Lúdico. Agora, esta edição que contempla um ciclo de vida de pesquisas e de clínica eficaz com o Modelo Lúdico, traz, inicialmente, a tradução da terceira edição do original para o português do Brasil, minuciosamente revisada em relação à primeira tradução publicada. Sempre com a concordância da autora do Modelo e nossa sempre querida inspiração, procedemos a pequenas alterações no original da obra, pois que já não se comporiam com esta edição brasileira. Essas alterações se referem apenas à ordem de apresentação da Entrevista Inicial com os Pais (EIP) e da Avaliação do Comportamento Lúdico (ACL) no Capítulo 5 e dos anexos que trazem os respectivos protocolos, agora incluídos os validados e adaptados transculturalmente para o Brasil. É um grande prazer poder oferecer aos terapeutas ocupacionais brasileiros este Modelo Lúdico, com protocolos validados e adaptados para acultura brasileira, sempre em consonância com seus princípios originalmente propostos.

A apresentação
1. O brincar e a criança
Desenvolvimento da criança por intermédio do brincar
Desenvolvimento do brincar na criança
" Brincar é mágico"

2. O brincar e a criança com deficiência física
Estudos sobre brincar 1940-1990
O brincar no cotidiano da criança com deficiência física
O brincar e as outras clientelas infantis.

3. O brincar e a terapia ocupacional
Bases da terapia ocupacional
Histórico do brincar na terapia ocupacional - 1940-1990
Filosofia do brincar na terapia ocupacional
Prática clínica da terapia ocupacional e o brincar

4.Modelo lúdico: quadro conceitual

Questionamento profissional na origem do modelo lúdico
A compreensão do brincar no modelo lúdico
Pontos de partida do Modelo lúdico
Definições dos conceitos-chave

5. O modelo lúdico: modelo da prática
Objetivo gerais
avaliação da criança
O planejamento da intervenção
A intervenção

6. O modelo lúdico e os pais
Razões dos pais ao modelo lúdico
Reações de outros membros de equipe